23.08.09

... diz-me ele, o David, no caminho de volta. "Tudo entre nós podia ter sido diferente." E fez-se um silêncio inexplicável.

 

A noite fora agradável. Num sítio que já  nos é familiar, as brincadeiras do costume, confidências sinceras, conversas interessantes.

 

"Sim, podia. Mas não foi. E assim está bom ou não?"

E ele como costume, nunca responde às minhas perguntas.

"Está ou não?"

"Hum hum. Está."

Silêncio outra vez. Detesto-o nestes momentos. Lança a conversa e depois cala-se.

Um desvio no caminho, uma rua familiar. Podiam passar 40 anos e continuaria a lembrar-me daquela rua.

"Espera um pouco."

E eu fico no carro, à espera, a ouvir:

 

(It could be wrong, could be wrong) This is out of control

(It could be wrong, could be wrong) It can never last

(It could be wrong, could be wrong) Must erase it fast

(It could be wrong, could be wrong) But it could have been right

(It could be wrong, could be...)

 

Love is our resistance

They'll keep us apart

and they won't to stop breaking us down

Hold me

Our lips must always be sealed

(...)

 

E ele volta, com uma folha na mão.

"Toma. Acho que não sabias que tinha isto. Fica tu com ele agora."

O desenho. O desenho que ele estava a fazer no dia em que nos conhecemos. Já lá vão 4 anos... Como resistiu isso até agora?

"Guardei-o na caixa da minha guitarra, e nunca de lá saiu. Anda sempre comigo. Como fiz contigo. Guardei-te..."

Voltou o sorriso cúmplice, a conversa solta, as brincadeiras que só nos compreendemos.

Sim, tudo podia ter sido diferente. Mas assim é o certo.

 

 

 

"De qualquer forma babe, eu sou demasiado inteligente para ti." Pisco o olho, e entro em casa.

E deixo-o a rir às gargalhadas.

música: Muse - Resistance
publicado por Vera às 15:21

17.08.09

"Quando o guerreiro não está feliz diante do pôr-do-sol, alguma coisa está errada.
Neste momento, o guerreiro interrompe o combate e vai em busca de companhia, para assistirem juntos ao entardecer."

 

O manual do guerreiro da luz, Paulo Coelho

 

publicado por Vera às 19:32

02.08.09

"Há sempre um momento. Um momento de escolha, um momento de decisão. Podes ceder, ou podes resistir. Não sei qual foi o teu momento, mas com certeza tiveste um..."

 

Eu tive um. E cedi. Podia ter resistido, podia ter dito a mim mesma um valente "Não! Não podes, nem deves, toma juízo!"... mas cedi.

E durante dias, durante noites, ele fez parte constante do meu pensamento... Mexia comigo a cada palavra; dizia-me tanto em cada olhar!...

Eu e ele fomos um segredo,um mistério mesmo para quem nos melhor conhecia. Uma aventura que ninguém pôde testemunhar.

 

No fundo, fomos apenas um erro. Uma má escolha nesse "momento"...

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publicado por Vera às 22:34

"Quem se aborrece com a repetição, porque não é capaz de gozar as subtis diferenças que ela nos traz, não conseguirá mais do que repetir o seu aborrecimento, mudem o que mudarem os seus hábitos quotidianos". (Fernando Savater)
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